O Erro de um Poeta

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Um poeta pode convencer nas palavras, mas alguém poderá convencer ainda mais nas expressões.

Machado de Assis disse: “Não é que a poesia seja necessária aos costumes, mas pode da-lhe graça”. E foi nisso que eu descobri o meu erro. Mesmo que essa não seja a interpretação correta e coerente dessa frase, foi a que fez sentido pra minha vida:

A poesia trás muita graça para a vida. Ela demonstra o valor, o carinho e admiração. A sua elaboração é de contemplável talento, porém, ela não é necessária. Ela não pode ocupar a necessidade de ligação concreta.

O que é necessário é o amor demonstrado, o carinho, o abraço forte, o gesto, o olhar. O contato de carne. A troca de olhares e o dizer sincero dos sentimentos do coração e dos elogios singulares.

E isso foi o que eu não fiz. Fiz necessários os meus versos e ainda exigi correspondência. Enquanto eu me exponha tangivelmente de verdade, mostrava a realidade das minhas palavras, e a conquistava. Quando minhas palavras falavam mais que minhas ações, eu a perdia. Mas só depois que ela se afastou que eu percebi. Não enxerguei os tantos sinais que me mostravam o que eu deveria de fato fazer. Que tolo.

O erro não está na poesia, mas de como o poeta a usa.

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