Estou triste, a ponto de morrer
Minhas tentativas de me curar se cessaram
Minhas feridas não cicatrizam
Apenas se encobrem
Por dentro, só puz e vermes.
Se alimentam da minha fraqueza
Da minha absoluta incerteza
- Não me comam vivo!
O sangue de tanto derramar
Se secou tirando-me a vida
A tristeza, a angústia e a dor
parece ser minhas cenas vividas
O que pode me satisfazer
Tudo parece ilusão
Se perco se ganho, quem vai saber?
Aos poucos se desvalece o meu coração.
Os meus gritos por socorro
Não soam um só vibrado
Todos me olham como normal
Ninguém sabe do meu desamparo
Minha mãe sempre doce
Me chega como afago
Mas eu a olho e disfarço
Dou-lhe um beijo amargo
Matei todos os meus Heróis
Por que nenhum teve o poder de me salvar
O buraco do meu peito é tão grande
Só alguém muito poderoso pra entrar
Alguém mais forte que eu
Alguém invencível, potente
Alguém perfeito, puro
Alguém que também me entende
Nessa condição fui achado
Procurando migálhas, restos mortais
Mendigando, pedindo ajuda
lavagem, pão, alguém pra me entregar
Só o conhecia de ouvir falar
Me disseram que ele faz barganhas
Um ser apaziguador que passa a mão na cabeça
Não corrigindo ninguém das constantes artimanhas
Já me disseram que ele é um delírio
Outros disseram que é um tirano
Mas o que enxeguei depois do colírio
Foi A Perfeição do Ser-Humano
Ele não é desse tempo
Veio de todos os tempos
Veio de carne de espírito
Sentia alegria e lamento.
De um jeito tão simples
Eu passe a morar nele, e ele em mim
Tudo o que era dele, era meu
Tudo que eu era, não era tão bom assim
Rodrigo Melo
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